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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Entenda o ataque dos EUA às usinas nucleares do Irã
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Editora: 12min
Na madrugada do dia 22 de junho de 2025, os Estados Unidos lançaram mísseis contra três instalações nucleares no Irã: Fordow, Natanz e Esfahan. O ataque teve como objetivo interromper o programa de enriquecimento de urânio do país. O governo americano declarou que o Irã estava ultrapassando os limites considerados aceitáveis para uso pacífico da energia nuclear e se aproximando da capacidade de produzir uma arma nuclear.
Para entender o que está em jogo, é preciso explicar o que é o enriquecimento de urânio.
Urânio é um metal que existe naturalmente na Terra, mas ele não está pronto para ser usado direto da natureza. Ele vem em duas versões: a mais leve, chamada U-235, e a mais pesada, chamada U-238. Só que menos de 1% do urânio natural é U-235 — que é justamente o tipo necessário para gerar energia ou fabricar bombas.
O processo de enriquecer o urânio é basicamente isso: separar essas partículas mais leves (U-235) das mais pesadas. Como elas são quimicamente iguais, mas têm massas diferentes, essa separação precisa ser feita em máquinas chamadas centrífugas. Elas giram milhares de vezes por minuto para ir concentrando mais U-235.
A porcentagem de U-235 no material final define para que ele serve:
Esse último nível é chamado de “grau militar”. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã já teria ultrapassado os 60% de pureza em parte do urânio estocado — o que é tecnicamente legal, mas sinaliza risco.
Hoje, o Irã opera cerca de 15.000 centrífugas, sendo que mais de 9.000 estão ativamente enriquecendo urânio. O estoque acumulado seria de mais de 120 kg de urânio enriquecido acima de 60%, número considerado sensível por agências de segurança.
O ataque foi anunciado como uma ação preventiva. De acordo com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, havia indícios de que o Irã estava prestes a alcançar capacidade técnica para produzir uma arma nuclear em curto prazo. Isso mudaria o equilíbrio de poder no Oriente Médio e colocaria países aliados dos Estados Unidos, como Israel e Arábia Saudita, sob maior risco.
Além disso, o Irã vinha limitando a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) desde 2023. Câmeras de vigilância extras foram removidas, sensores externos foram desligados e o acesso irrestrito a algumas instalações foi suspenso.
Porém, o Irã não expulsou completamente os inspetores. Cerca de oito técnicos da AIEA permanecem ativos no país, realizando vistorias pontuais. No entanto, a agência declarou publicamente que enfrenta um ambiente de cooperação reduzida e votou, em junho de 2024, uma moção formal de censura ao governo iraniano por dificultar o monitoramento contínuo do programa.
Para o governo dos Estados Unidos, esse cenário caracterizava risco iminente. Com base nesses dados, a Casa Branca decidiu agir antes que o Irã ultrapassasse o limite de enriquecimento de 90% — o patamar mínimo necessário para a fabricação de armas nucleares.
O ataque também teve caráter estratégico: ocorreu em meio à escalada de tensões entre Irã e Israel, após trocas de ataques indiretos na Síria e no Líbano. Washington entendeu que conter o avanço técnico agora seria mais viável do que responder a um Irã já nuclearizado.
O ataque dos Estados Unidos ao Irã teve como alvo três locais-chave do programa nuclear iraniano: Fordow, Natanz e Esfahan. Esses nomes não são aleatórios — cada um desempenha um papel específico dentro da cadeia de produção do urânio enriquecido, e sua escolha reflete uma tentativa de atingir o programa nuclear em diferentes etapas ao mesmo tempo.
Fordow é talvez o mais simbólico e estratégico. Localizado dentro de uma montanha a cerca de 90 km ao sul de Teerã, o complexo foi construído justamente para resistir a ataques aéreos. Lá estão centrífugas do tipo IR-6, que são mais modernas e eficientes na separação dos isótopos de urânio. Essas máquinas conseguem elevar a pureza do U-235 de forma mais rápida que as versões anteriores. Bombardear Fordow é uma tentativa clara de atingir a parte mais protegida e tecnicamente avançada do programa.
Natanz é o coração do enriquecimento no país. Ele abriga milhares de centrífugas, principalmente dos modelos IR-1 e IR-2m. Embora mais antigas, essas centrífugas ainda operam em grande volume. A subestação elétrica de Natanz foi danificada no ataque, o que compromete temporariamente a operação do local. No passado, Natanz já foi alvo de sabotagens, incluindo o famoso ataque cibernético com o vírus Stuxnet, atribuído aos Estados Unidos e a Israel em 2010.
Esfahan, por fim, é onde acontece a conversão do urânio bruto em gás UF6, uma etapa essencial antes do enriquecimento. Sem Esfahan, não há matéria-prima em formato gasoso para alimentar as centrífugas.
Apesar dos danos, analistas internacionais afirmam que o programa nuclear iraniano foi apenas atrasado, e não destruído. A infraestrutura física pode ser reconstruída, e o conhecimento técnico acumulado permanece com os cientistas iranianos.
A resposta do Irã ao ataque americano foi imediata no discurso e gradual nas ações. No plano diplomático, o governo classificou os bombardeios como um “ato de guerra” e acusou os Estados Unidos de violar abertamente o direito internacional. O Ministério das Relações Exteriores do Irã encaminhou protestos formais à Organização das Nações Unidas (ONU) e pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança. O discurso oficial reforça a narrativa de que o país tem o direito de desenvolver tecnologia nuclear para fins pacíficos e que qualquer interferência externa representa uma violação de sua soberania.
No campo técnico, o Irã anunciou a suspensão total da cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), retirando autorizações de acesso a inspetores em pelo menos duas instalações. Ao mesmo tempo, comunicou publicamente a instalação de novas centrífugas IR-6 e IR-8 em locais subterrâneos. Esses equipamentos são mais avançados e eficientes, e sua instalação em áreas menos acessíveis representa uma resposta clara à tentativa de neutralização por meios militares.
Militarmente, o Irã aumentou a presença de sistemas de defesa aérea nas regiões de Esfahan e Natanz e elevou o nível de prontidão de suas forças navais no Golfo Pérsico. Grupos armados aliados ao regime iraniano — como Hezbollah (no Líbano), Kataib Hezbollah (no Iraque) e Houthis (no Iêmen) — também elevaram o tom, com declarações públicas de apoio e movimentações próximas a áreas controladas por forças americanas ou israelenses.
Até o momento, não houve um ataque direto como resposta. Mas o Irã afirmou que “a resposta virá no tempo e no formato que Teerã considerar adequado”, sinalizando que pode optar por uma retaliação indireta, descentralizada e assimétrica. A expectativa de analistas é de que essa resposta venha por meio de ataques cibernéticos, sabotagens discretas ou ofensivas conduzidas por milícias ligadas à sua esfera de influência regional.
Os impactos do ataque dos Estados Unidos às usinas nucleares do Irã ultrapassam em muito os limites da política bilateral. As consequências já começaram a se manifestar em diferentes frentes: economia global, estabilidade geopolítica, diplomacia multilateral e opinião pública internacional.
No campo econômico, o efeito mais imediato foi a alta nos preços do petróleo. O barril do tipo Brent, referência internacional, subiu mais de 6% nas primeiras 24 horas após o ataque. Isso se explica pelo risco de interrupção no fluxo de exportação que passa pelo Estreito de Ormuz — um canal estratégico entre Irã e Omã por onde circula cerca de 20% do petróleo consumido globalmente. Se houver bloqueios, sabotagens ou ataques a navios, o impacto nos preços de combustíveis, fretes e passagens aéreas será direto. Economias dependentes da importação de energia, como a brasileira, podem sentir os efeitos rapidamente na inflação e no câmbio.
No plano geopolítico, a tensão aumentou em múltiplos eixos. A Rússia e a China condenaram a ação americana, reforçando o alinhamento com o Irã em um cenário de crescente polarização entre blocos. A Europa ficou dividida: França e Alemanha pediram contenção, enquanto o Reino Unido apoiou a ofensiva dos Estados Unidos. O Conselho de Segurança da ONU convocou uma sessão emergencial, mas a ausência de consenso entre os membros permanentes limita qualquer ação coordenada.
Do ponto de vista militar, cresce o temor de uma guerra por procuração. Milícias apoiadas pelo Irã, como o Hezbollah, podem atacar interesses americanos ou israelenses em países como Líbano, Síria e Iraque. Esses movimentos seriam vistos como retaliação indireta e têm potencial de escalar rapidamente.
Por fim, há impactos simbólicos e diplomáticos de longo prazo: o colapso das negociações nucleares, o enfraquecimento da AIEA e o reforço da ideia de que o uso da força voltou a ser uma ferramenta central de política externa. Para o cidadão comum, isso se traduz em mais instabilidade, polarização e insegurança sobre os rumos da ordem internacional.
O ataque dos Estados Unidos às instalações nucleares do Irã não é apenas mais um evento isolado no noticiário internacional — ele envolve temas centrais do século 21: soberania nacional, segurança global, tecnologia nuclear, diplomacia multilateral e disputas de poder. Entender o que está em jogo vai além de saber quem atacou quem. É sobre reconhecer as estruturas e os interesses que movem o tabuleiro internacional.
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